Enciclopédia Açores XXI
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As Angústias é uma freguesia portuguesa da cidade da Horta, do município do mesmo nome, na Ilha do Faial, Região Autónoma dos Açores. Ocupa uma superfice total de 4,12 km² com 2 784 habitantes (2001). Tem uma densidade populacional de 675,7 hab/km². A freguesia conta com 2 119 eleitores inscritos (Autárquicas 2005).

Sua História[]

Entre a Baia da Horta e a Enseada de Porto Pim, foi onde se estabeleceu definitivamente Joss van Hurtere, em 1467, fundando o sítio de Santa Cruz - a povoação "de Horta". Pasteleiro, deve o seu nome ao negócio do pastel que por ali se fazia. Em memória do desembarque dos primeiros povoadores, foi mandada erguer a Ermida de Santa Cruz, o primeiro edifício religioso da ilha. Nela foram sepultados Joss van Hurtere, e sua esposa, Beatriz de Macedo.

No testamento de Beatríz de Macedo, falecida a 1531, manda fazer provisão para "se fazer a dita Igreja de Santa Cruz e a dita casa para um capelão." (Tombo da Misericórdia da Horta, Livro 1) Diogo de Chagas, em 1643, diz que a ermida (ou capela) "que hoje não está de pé mais". (Espelho Cristalino, Cap. 13) A Ermida de Santa Bárbara foi fundada pelo flamengo Pero Pasteleiro, e sua mulher, Madalena da Rosa. Foi resconstruida tal como hoje a conhecemos, em 1850, às custas de alguns devotos.

Data de 1567, o início da construção do Forte de Santa Cruz (MN), a principal fortificação da Horta. O seu forte, conventos e igrejas são vitímas de saque por parte de corsários ingleses em 1589 e 1597, sendo que em 1597, acabam também por ser incêndiados. No Século XVII, foram construídos o Portão Fortificado de Porto Pim (que seria o antigo reduto da patrulha), o Forte de São Sebastião (onde atualmente funciona a Ecoteca do Faial), o Fortim da Greta (de que restam vestígios) e o Fortim de N. Sra. da Guia (de que restam vestígios).

Naufrágio da nau capitania da Carreira da Índia "Nau Nossa Senhora da Luz" em 1615, na Enseada de Porto Pim,.

O Convento de São Francisco foi reconstruido em 1696, em local mais elevado e afastado do mar. A 12 de Novembro de 1700, é consagrado a N. Sra. do Rosário. É transladado de Angra (em 4 de Novembro) para num mausoléu da Capela-mor, o seu principal bemfeitor, Simão Luiz Carolo. Com a extinção das Ordens religiosas em 1835, foi doado à Santa Casa da Misericórdia que ali instalou o Hospital e o Asilo de Mendicidade. A 4 de Maio de 1899, um violento incêndio destruiu por completo o convento, salvando-se a muito esforço a atual igreja - Igreja de N. Sra. do Rosário.

O primitivo convento foi originalmente construido no sítio denominado "Pedras dos Frades", na Avenida Marginal, onde atualmente situa-se a "Rosa-dos-Ventos". Terá sido fundado por Frei Pedro da Atouguia, e a sua construção concluida, em 1522. Este convento foi saqueado e incêndiado em 1597, por corsários ingleses. Um segundo convento e respetiva igreja, é construído no mesmo local por volta de 1609, mas acaba por ser destruído pelo mar durante uma violenta tempestade, 60 anos depois (em 20 de Novembro), a qual também havia destruído as muralhas de proteção e o cais da Horta.

A freguesia paroquial de N.ª Sra. das Angústias é constituida a 28 de Novembro de 1684. D. Frei Lourenço, Bispo de Angra, em 30 de Agosto de 1675, manda realizar as obras já autorizadas para a construção da igreja, com invocação de Santa Cruz. (Arquivo dos Açores, Vol. 1, pág. 175) Em 1688, após visita do Bispo D. Clemente Vieria, a paróquia recebe 572$000 reis para obras finais e ornamentação da igreja. (Anais do Município da Horta, Marcelino de Lima, pág. 245-6) A atual Igreja de N.ª Sra. das Angústias em estilo neoclássico, começou a ser construida em 1800. As suas torres sineiras só seriam concluídas, em 1861.

Com o inícío da construção do Porto Comercial em 20 de Outubro de 1876, aliado à sua localização geo-estratégica, tornou-se no melhor porto do arquipélago. Serviu de apoio à Marinha Aliada durante as guerras mundiais. Foi uma base de reabastecimento de hidroaviões e porto de estacionamento dos rebocadores de alto-mar holandeses. No interior do porto, foi inaugurada a Marina da Horta, o primeiro porto de recreio a ser inagurado nos Açores, a 3 de Junho de 1986.

Monumentos e Museus[]

A Marina da Horta possuí um parque de âncoras e nos seus paredões pinturas murais - um verdadeiro um museu ao ar livre. Junto desta, situa-se o Clube Naval da Horta, o internacionalmente conhecido Peter Café Sport e seu Museu de Scrimshaw. A Igreja de N. Sra. do Rosário encontra-se enquadrada pelo Jardim Eduardo Bulcão e a antiga agência do Banco de Portugal. Situada na Travessa de S. Francisco, fica a Casa dos Arriagas, residência de ilustre familia faialense. Pretende-se recuperar o edifício para núcleo museulógico sobre a I Républica.

No Cabeço das Moças (com 35 metros, antigamente chamado Cabeço da Senhora), situa-se o Observatório Meteorológico Princípe Alberto do Mónaco , um dos polo de monitorização da actividade sismíca do arquipélago dos Açores, equipado com moderna tecnologia e integrado na rede nacional de vigilância sismíca do Instituto de Meteorologia, realizando ainda observações meteorológicas e sendo uma das quatro estações de referência da rede mundial de climatologia para o qual são enviados os dados ali registados, e próximo situa-se também a Estação Radio-Naval da Marinha. Destaca-se também o jardim na Praça do Infante D. Henrique. Na Rua Charles Dabney, poderá ver os edifícios da Colónia Alemã, atualmente utilizados por departamentos do Governo Regional, enquanto que o Hotel Fayal ocupa as antigas vivendas do bairro da Western Union Telegraph Company.

A Ermida de N. Sra. da Guia com seu miradouro, notável pela sua extraórdinaria beleza panorâmica da Ilha do Faial e da Montanha do Pico. Possuí ainda um Bunker de Artilharia de Costa da II Guerra Mundial, mas este se situa num área reservada. O Museu do Centro do Mar, instalado na antiga Fábrica da Indústria Baleeia de Porto Pim, junto das ruinas da antiga residência de verão dos Dabney. Pretende-se recuperar o edifício para núcleo museulógico sobre a Familia Dabney. Ainda junto desta, situa-se as ruinas do armazém da salga de bacalhau. Encontra-se em fase de conclusão a construção do Aquário Virtual de Porto Pim e a criação de um Parque Arqueológico Subaquático.

Tradições, Festas e Curiosidades[]

Festas e romarias da freguesia, de N. Sra. das Angústias (6.º Domingo depois da Páscoa), de N. Sra. da Guia (1.º Domingo de Agosto), a Semana do Mar – a maior festa náutica de Portugal (Agosto)

No artesanato, tem rendas, bordados, tapeçaria, trabalhos em escama de peixe e esculturas em miolo de figueira. As suas colectividades são a Sociedade Filarmónica União Faialense, Angústias Atlético Clube (1923), Sociedade Recreativa Pasteleirense, Clube Naval da Horta e o Cineclube da Horta.

Economia[]

Atividades económicas: Atividades portuárias, atividade psicatória, Armazenagem de combústiveis, indústria de conservas de atum, transportes maritímos - passagueiros e de carga, náutica de recreio, atividades maritimo-turísticas, empresas de observação de cetáceos e de reparação de iates. establecimentos hoteleiros, restauraçao, espaços comerciais e serviços. Na Zona Indústrial de Santa Bárbara, concentra diversos setores industriais (lacagem de alumínio, artefatos em cimento, oficinas de mecânica automóvel, de metalúrgia, de carpintaria, ...) e uma Central Termoeléctrica.

Política[]

A freguesia das Angústias conta com 2 101 eleitores inscritos (Legislativas Regionais 2008). Apenas votaram 934 eleitores, ou seja, 44,46%. O PS obteve 399 votos ( 42,72% ), o PPD-PSD obteve 296 (31,69% ), a CDU obteve 111 ( 11,88% ), o CDS-PP obteve 30 ( 3,21% ), o BE obteve 39 voto (4,18% ), o PDA obteve 9 voto ( 0,96% ) e o PPM obteve 5 voto ( 0,54% ).

Ligações Externas[]

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