Enciclopédia Açores XXI
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O Fayal Sport Club ou Faial Sport Clube (FSC), vulgo "Verdes da Alagoa", foi fundado na cidade da Horta, Ilha do Faial, em 2 de Fevereiro de 1909. Foi o primeiro clube de futebol dos Açores e o quinto clube a ser fundado em Portugal - logo atrás de Boavista, Benfica, Sporting, FC Porto e Leixões. O lema do clube é "Crer e Querer." O complexo desportivo do FSC dispõe de um ginásio, estádio de futebol [ desde 2003, com relvado sintético ], pista de atletismo e recintos para a prática de andebol, basquetebol, ténis e hóquei em patins. Na época desportiva de 2007/08, a equipa de futebol sénior jogou na III Divisão - Série Açores. O basquetebol tem sido a modalidade quem mais tem notabilizado o clube a nível regional e nacional. Celestino Lourenço é o atual Presidente da Direção do FSC.

Sua História[]

O Fayal Sport Club (FSC) foi fundado a 2 de Fevereiro de 1909. O Relvão da Doca, na freguesia das Angústias, foi utilizado pelo FSC como campo de futebol, desde da sua fundação até a inauguração do Estádio da Alagoa. A prática de ténis realizava-se no antigo Campo de Ténis de São Francisco. A prática de jogar futebol na ilha se deve à introdução da primeira bola de futebol, por volta de 1900, julga-se que graças a João Silveira Meneses e aos jogos esporádicos que eram organizados no largo de Santa Cruz e na Praça do Gado [ hoje Alameda Barão Roches ]. Anos antes, por influencia da presença dos funcionários das diversas companhias de cabos submarinos, a cidade da Horta já era palco de diversas modalidades desportivas.

Foram seus sócios fundadores: Adolfo da Silva Goulart, Alberto Eduíno Goulart de Lemos, Domingos Augusto de Lemos, Carlos Ennes da Costa Ramos, Eduardo Guiod Dart, Florêncio José Terra Júnior, Franklin Dutra, Eduardo Ventura de Bem, Henrique Dario César da Silva, Henrique Stattmiller Saldanha e Albuquerque, Jaime Leal Páscoa, João Silveira Vila Lobos Menezes, José António Laranjo, Luciano António Silveira, Luís Carlos de Lacerda Nunes, Luís Lopes Pimentel, Luís Morisson de Oliveira, Manuel de Medeiros Tânger, Manuel Stattmiller Saldanha e Albuquerque e Thiers de Lemos e Tomás Pereira Soares Júnior. O primeiro capitão da equipa de futebol foi Thiers de Lemos.

Destes 21 jovens atletas, catorze eram estudantes, três cabografistas, um empregado comercial, um tipógrafo, um maquinista e um barbeiro. Quase todos eram faialenses, exceto três continentais ( Carlos Ennes da Costa Ramos, Henrique Stattmiller Saldanha e Albuquerque, Manuel Stattmiller Saldanha e Albuquerque ) e Jaime Leal Páscoa, um picoense natural da Piedade, e o florentino, Luís Lopes Pimentel. A primeira Direção do FSC foi formada por Manuel de Medeiros Tânger como Presidente; Tomás Pereira Soares Júnior como Vice-presidente; Luís Carlos de Lacerda Nunes como Secretário; Jaime Leal Páscoa como Tesoureiro e Luciano António Silveira como Vogal.

Seus atletas comecaram por praticar diversas modalidades desportivas - futebol, atletismo, ginástica, ténis, remo, natação, vela, canoagem, pólo aquático e tiro aos pratos. Somente na década de 1930, surgiu as modalidades de basquetebol, ciclismo e esgrima. Nas décadas de 1940-50, as modalidades de voleibol, hóquei em patins, andebol e futebol de salão (ou fusal).

Em 1912, a equipa principal de Futebol fez a primeira digressão às ilhas de São Miguel (Abril) e da Terceira (Maio). No ano seguinte, em 1913, o clube conquistou o título de 1.º Campeão Açoriano de Futebol. Em 1922, o FSC recebeu equipa de futebol da Casa Pia Atlético Clube. Pouco tempo depois, são fundados o Angústias Atlético Clube (AAC) e o Sporting Clube da Horta (SCH). Recebeu a Medalha de Agradecimento da Cruz Vermelha Portuguesa, a 22 de Janeiro de 1924. Por despacho ministerial de 22 de Julho de 1926, o clube foi considerado uma Instituição de Utilidade Pública.

A 11 de Julho de 1954, foi inaugurado o Estádio da Alagoa. Nessa altura, o complexo desportivo do FSC era o mais moderno de Portugal e o melhor dos Açores. Os terrenos para a construção do estádio haviam sido adquiridos em 1939. Foi vencedor do Torneio de Classificação dos Açores à Taça de Portugal em 1959. Nesse ano, a 20 de Março, recebeu ainda o grau de Oficial da Ordem de Instrução Pública.

Ao longo da sua história, o clube promoveu diversas atividades humanitárias e filantrópicas ( angariação de fundos para o Asilo da Mendicidade da Horta, para os Órfãos da Guerra, os sinistrados do Sismo de 1926 ), culturais e recreativas ( grupos de teatro, espetáculos de variedades, grupos musicais, festas, bailes ) diversas.

A emigração na década de 1960, em resultado da erupção dos Vulcão dos Capelinhos e a Guerra Colonial, o clube teve uma quebra de atletas e na atividade desportiva. Além disso, juntou-se a necessidade dos jovens atletas de prosseguir os estudos em outras ilhas ou fora da região. Em 1965, a equipa principal de fotebol do FSC fizeram digressões aos EUA, estabelecendo o contato com os faialenses emigrados. O clube possui desde então uma delegação do FSC na Califórnia, EUA, a única do clube. Em Fevereiro de 1974, o FSC recebeu a equipa principal de futebol do Benfica, disputando um animado jogo.

Em 1978, foi inaugurado a sede e ginásio desportivo, na Avenida Machado de Serpa, freguesia da Conceição. O lançamento da primeira pedra ocorreu a 15 de Agosto de 1970, com a presença do Ministro das Obras Públicas, Eng. Rui Sanches. As obras começaram em 1973. O complexo desportivo do FSC possui um estádio de futebol [ com relvado sintético desde 2003 ], pista de atletismo e recintos para a prática de andebol, basquetebol, ténis e hóquei. Em 2 de Fevereiro de 1984, recebeu o título de Membro Honorário da Ordem de Benemerência. Em 1985, o clube foi agraciado com a medalha de Mérito Desportivo pelo Ministério da Educação.

Nas comemorações das Bodas de Prata, em 1934, o FSC publicou o Álbum do Fayal Sport Club - nas Bodas de Prata. Também tem publicado vários boletins - números únicos - a propósito de acontecimentos relevantes da vida do clube. Publicou o "Sport" a 5 de Outubro de 1911, comemorativo da Proclamação da República. Entre 2 do Julho de 1966 e 4 de Outubro de 1975, publicou um jornal mensal de informação - o Fayal Sport Club. (Fayal Sport Club - Subsídios para a sua história, José Bettencourt Brum, Câmara Municipal da Horta, 1988; Fayal Sport Club 1909-1984: 75 anos - Álbum comemorativo, José Bettencourt Brum e Armando Amaral, Secretaria Regional de Educação e Cultura e Direção Regional de Educação Física e Desportos, 1988; Aguenta Verdos Fayal Sport - Vidas e Fatos, Armando Amaral, 2009)

Centenário do Clube[]

Dos pontos altos das comemorações dos 100 anos do clube, destacou-se a inauguração do Memorial do Centenário, obra da autoria dos arquitetos Paulo Macedo e Pedro Porteiro, com o objetivo de "nunca esquecer as pessoas que fundaram o clube, que construíram o Estádio, que construíram a sede, que deram o seu contributo sem qualquer tipo de contrapartida", explicou Horácio Goulart, Presidente do FSC.

Faz parte das celebrações o lançamento de um livro intitulado "Aguenta Verdos Fayal Sport - Vidas e Factos", da autoria de Armando Amaral, ex-atleta mais antigo do clube, e a exibição do documentário "Fayal Sport Club – 100 anos de memórias", da autoria do jornalista Alexandre Simas e produzido pela RTP/Açores. O programa das comemorações integra ainda: a inauguração de uma exposição "Fayal Sport Club - Símbolo do património desportivo dos Açores", no centro de exposições temporárias da Biblioteca e Arquivo Regional da Horta, e o lançamento de um carimbo filatélico alusivo à efeméride, pelo Clube de Filatelia "O Ilhéu" da Escola Secundária Manuel de Arriaga.

Visto que a atual Sede Social - que já conta com 30 anos - encontra-se em estado de degradação, a Direção do clube ambiciona a construção de uma nova Sede e Pavilhão Desportivo. O arrojado projeto da autoria do arquiteto Francisco Silva, conta com a garantia de apoios por parte da Câmara Municipal da Horta e da Direção Regional do Desporto. Pensando no futuro, Horácio Goulart diz que o clube deverá evitar "devaneios" e "manter os pés assentes no chão" para poder "manter as portas abertas", mesmo em tempo de crise. O seu mandato foi caraterizado por uma aposta da escola de formação de atletas e no "amor à camisola". (Incentivo de 2/2/2009, pág. 2, 8; Tribuna das Ilhas de 30/1/2009, pág. 7-9)

Símbolos do Clube[]

O emblema do FSC é constituído por um escudo encimado por um arco abatido, ladeado por dois arcos abatidos em posição invertida e terminando num arco ogival. Tem campo sinopla orlado, com uma raqueta de ouro na parte superior em eixo vertical que se sobrepõe a dois remos cruzados, também de ouro, que descansam sobre uma faixa elíptica, branca, orlada de ouro e rematada na parte inferior por uma bola de futebol castanha com desenho de ouro. Nos ângulos laterais formados pelos remos tem, no lado direito, os algarismos de púrpura "2-2" e, no lado esquerdo, "1909". A faixa branca contém os seguintes dizeres em português da época: "Fayal Sport Club".

O hino do clube foi da autoria de Ana Adelina Bettencourt da Costa Nunes, enquanto a música, foi autoria do Maestro Francisco Xavier de Symaria. O estandarte é retangular de cor verde, tendo ao centro um losango de cor branca onde se encontram bordados o emblema do clube e a ladeá-lo dois ramos de louro, que se cruzam na parte inferior, com remate de um laço de fita azul marinho.

A bandeira do FSC é de modelo idêntico ao seu estandarte, com o fundo verde, tendo ao centro um losango branco, contendo as seguintes dizeres em português da época: "Fayal Sport Club", formadas por letras recortadas em pano vermelho com a seguinte disposição: ao longo do lado superior esquerdo "Fayal", ao longo do lado superior direito "Sport", um pouco acima do vértice inferior e horizontalmente "Club". A bandeira original, confecionada por Maria da Conceição Silveira de Lemos, é guardada pelo clube.

Saiba Mais[]

Ligações Externas[]

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